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Quando olhamos para o que era o cenário do agronegócio, vemos campos cheios de trabalhadores realizando funções braçais, maquinários pesados, processos engessados e cheios de etapas desnecessárias. Hoje, porém, a situação é muito diferente.
O produtor conheceu a tecnologia, a qual possibilita uma melhor distribuição da mão de obra, a otimização de tempo e processos, dentre outras melhorias.
Houve também o surgimento de equipamentos menores, igualmente e até mais eficientes que as máquinas pesadas que antes eram utilizadas. E assim, o agro brasileiro foi evoluindo sua forma de produzir alimentos.
Pensando no processo evolutivo do agronegócio do Brasil, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou a plataforma Visão de Futuro do Agro Brasileiro.
Criado com base em estudos do Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa em conjunto com diversas lideranças do agronegócio e especialistas, o site reúne oito megatendências que vão pautar a trajetória do agro nacional rumo ao futuro.
O estudo realizado pela equipe de Inteligência Estratégica identificou diversas tendências que já existem e são aplicadas no cotidiano da produção rural, e outras que, apesar de existirem, acabaram passando despercebidas, fazendo com que oportunidades sejam perdidas e erros sejam evitados.
Com o objetivo de facilitar a tomada de decisão no processo produtivo, a equipe de pesquisa definiu quais eram as mais utilizadas e de maior consenso entre as pessoas consultadas, e reuniu todas elas em um único lugar.
No texto desta semana trouxemos as oito megatendências apontadas pela Embrapa e você vai notar que algumas delas nós já abordamos em nosso blog. Vamos lá?
Já que estamos falando em tendências no setor agroalimentar, separamos este texto sobre o crescimento da indústria de alimentos e quais as inovações já utilizadas na produção de alimentos.
Salve para ler depois:
Indústria de alimentos: crescimento e tendências
Ao mesmo tempo em que são oportunidades de crescimento e permanência no mercado, as oito megatendências levantadas pela Embrapa representam desafios para o agro brasileiro.
Para se manter competitivo no mercado agroalimentar, o agronegócio vai precisar se adequar às evoluções da indústria de alimentos.
A discussão sobre métodos mais sustentáveis de produção de alimentos não é recente e também segue ganhando força e espaço, moldando o caminho e preparando a indústria de alimentos para o futuro.
A utilização de bioinsumos ou defensivos agrícolas naturais, em substituição aos agroquímicos, é uma discussão constante no agronegócio.
O motivo? As exigências do mercado e dos consumidores. Boa parte da população está cada vez mais em busca de alimentos orgânicos ou com o mínimo possível de defensivos utilizados na produção.
Produções certificadas, sem a utilização de produtos ilegais ou práticas análogas a escravidão também são fatores decisórios na escolha de uma marca.
A rastreabilidade de alimentos da cadeia produtiva, além de ser obrigatória por lei, é também um dos destaques destas tendências, pois é uma forma de oferecer conhecimento para produtores, distribuidores e consumidores sobre o processo produtivo do alimento que será comercializado, priorizando a segurança do produto durante todos os elos da cadeia.
Saiba como produzir de forma consciente e evitar desperdícios na produção de alimentos:
• Desperdício de alimentos: a importância da produção consciente.
Confira abaixo as 8 tendências do agronegócio brasileiro para os próximos 20 anos:
Por serem recursos finitos, os bens naturais precisam ser melhor aproveitados e, principalmente, melhor protegidos e conservados.
O crescimento de requerimentos legais para a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais, juntamente com acordos internacionais para exportação de alimentos, evidenciam a necessidade de se aplicar as seguintes medidas:
• Diminuição da Pegada de Carbono;
• Conservação da água;
• Manutenção dos nutrientes do solo;
• Uso controlado de antimicrobianos e defensivos;
• Valorização dos serviços agroambientais;
• Prevenção de perdas e desperdícios;
• Condições adequadas de emprego e renda no campo.
Os avanços tecnológicos que já fazem parte do agronegócio nacional serão grandes aliados do produtor rural nos próximos anos.
Tendências como internet das coisas (IoT), inteligência artificial e robótica, Big Data e operações na nuvem, serão fundamentais para o sucesso da produção e distribuição de alimentos para o Brasil e para o exterior.
Além disso, a aplicação dos pilares ESG (Environmental, Social and Governance) e de aspectos da bioeconomia são tendências que seguem crescendo e ganhando força dentro do tema.
Para que a produção tenha sucesso, o produtor deve ter atenção ao clima, pois a direção dos ventos, a quantidade de chuvas e as temperaturas muito altas ou muito baixas podem ajudar ou atrapalhar o processo produtivo.
Por isso, a adaptação ao clima é uma tendência bastante relevante para o agronegócio em geral, devido aos compromissos de importação e exportação.
As alterações climáticas podem causar impactos ambientais e econômicos sobre a garantia da segurança alimentar e da competitividade do agronegócio no Brasil.
Sendo assim, a Embrapa orienta que é preciso investir em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias associadas a sistemas de produção mais resistentes às mudanças do clima.
Além disso, outro alerta vai para a importância de se investir em políticas públicas que priorizem a adaptação da agricultura tropical brasileira ao aumento da temperatura global.
O produtor também pode usar o clima ao seu favor por meio de um planejamento agrícola.
Desta forma conseguirá saber se o solo é de boa qualidade e se possui os nutrientes necessários, organizar a quantidade ideal de sementes a serem plantadas, a quantidade de defensivos necessária para aquela produção, dentre outros fatores.
Em nosso texto sobre a agricultura 4.0 (ou agricultura digital) nós dissemos que o agrodigital já é uma realidade.
Muitos produtores se valem dos benefícios oferecidos pelo 5G, a realidade aumentada, a utilização de drones, impressão 3D e 4D, integração de sistemas, inteligência artificial (IA) e blockchain.
Com o aumento da produção de alimentos, fica difícil manter registros em papel ou planilhas sem perder informações.
Porém, é possível realizar a gestão da qualidade, otimizando o tempo e as rotinas da produção através de um aplicativo. Simples assim, na palma da mão.
A tecnologia no agronegócio veio para ficar e melhorar o dia a dia dos produtores rurais, tornando o processo produtivo mais seguro e de qualidade para o consumidor.
Os padrões de consumo evoluíram junto com a transformação tecnológica.
Atualmente, o consumidor tem acesso e exige as informações dos alimentos, como informações nutricionais, local de produção, caminho percorrido, entre outros dados, por diversos canais.
E claro, quanto mais acesso às informações sobre a forma de produção do alimento, maior o critério de decisão de compra.
Com isso, o consumidor deixa de ser apenas influenciado pela propaganda do produto e passa também a influenciar a sua produção, ao dar preferência a alimentos sem defensivos, conservantes e produzidos de forma sustentável.
Com isso, produtores e distribuidores observaram que o cliente busca algo além do alimento.
Sendo assim, é preciso trabalhar para agregar valor ao produto ofertado, o diferencial que vai fazer com que o cliente escolha o seu alimento ao invés de escolher o concorrente.
Leia também:
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Em contrapartida ao esvaziamento, ainda que em pequenas taxas do campo, esta megatendência avalia o crescimento da automação e da escala de produção, intensiva capitalização e também, aumento da demanda por profissionais capacitados.
Com isso, as mudanças espaciais serão abordadas com base no que tem sido tendência para a migração rural-urbana, e quais alterações estas mudanças causam nas regiões produtoras, considerando também a incorporação de novas áreas para a produção, seus efeitos sobre a quantidade de emprego e custos com mão de obra qualificada.
Este tópico trata dos avanços das ciências biológicas que, quando associados ao constante e acelerado desenvolvimento das tecnologias, impactam significativamente os setores de economia, saúde, agricultura e energia.
Os avanços biológicos no campo da agricultura têm sido utilizados para:
• Aumento da produtividade;
• Controle de pragas;
• Geração de novas fontes de energia.
O estudo aponta que as tecnologias de base biológica e recursos genéticos serão destaque ao longo dos próximos anos na agricultura.
Alimentos produzidos por meio de técnicas avançadas de biotecnologia, biologia sintética, estudos variados de genômica e fenômica vegetal, animal e em microrganismos, edição de genes, desenvolvimento de biomoléculas, entre outros biossistemas também são pontos destacados pela Embrapa.
A rápida evolução tecnológica, com o uso de ferramentas como inteligência artificial, digitalização e biorrevolução no agronegócio brasileiro, juntamente com os avanços científicos, vão transformar o sistema agrícola e a cadeia agroalimentar.
A integração de conhecimento e de tecnologias trará maior eficiência, resiliência e sustentabilidade para o futuro do processo produtivo.
Para que esse progresso aconteça, é preciso o aproveitamento de recursos de produção e a utilização de conhecimentos científico e tecnológico, criando uma abordagem integradora e com equipes transdisciplinares.
Sobre o incremento da governança e riscos, o estudo se refere ao fato de que o agronegócio atual não possui mais apenas o vínculo com a alimentação, mas também está vinculado à geração de energia, com a saúde e bem-estar da população e da fauna, e também está diretamente ligado à integridade do nosso planeta.
Com isso, o agro brasileiro se torna um organismo interconectado, com finalidades, práticas e partes interessadas (stakeholders) mais diversas e também interdependentes.
Toda essa diversidade e interconexão mostram que o agronegócio nacional caminha para um futuro integrado, mas ainda assim, complexo, no que diz respeito à assimilação das constantes dinâmicas ecológicas e socioeconômicas.
Você consegue encontrar a descrição completa de cada uma dessas megatendências, links relacionados ao estudo e as implicações e desafios que serão enfrentados, no site: Visão de Futuro do Agro Brasileiro.
Até a próxima!