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Sempre que novos defensivos agrícolas têm a sua utilização liberada no Brasil, surge o alerta relacionado ao crescente aumento no número de pesticidas liberados para utilização nas lavouras. 

 

Acompanham esse crescimento as discussões sobre qualidade e segurança do alimento e da população, formas alternativas de alimentos produzidos sem uso de pesticidas, e também dúvidas quanto aos motivos da liberação de determinados produtos na produção de alimentos. 

 

E uma dúvida bastante comum é: “se determinado pesticida é proibido no exterior, então por que é autorizado no Brasil?”. Existem alguns fatores específicos para a liberação destes produtos em nosso país.

 

Sendo assim, continue a leitura para saber mais sobre a diversidade agronômica, o sistema de regularização de defensivos químicos no país, e a utilização de defensivos agrícolas no agronegócio nacional e internacional. 

 

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Defensivos e a diversidade agronômica

Ao redor do mundo existem solos, culturas, pragas, doenças e condições climáticas diferentes. Logo, nem toda lavoura terá o mesmo tratamento, algumas precisarão de mais defensivos, outras de menos, e algumas de nenhum ou quase nenhum. 

 

Quando pensamos em diversidade agronômica não precisamos ir muito longe. O Brasil é um país com 8.516.000 km² e possui diferentes sistemas para a produção agrícola, igualmente baseado nos pontos citados acima.

 

Questões como disponibilidade de água, variações sazonais e sistema social influenciam no modo de produção que será aplicado. 

 

Enquanto o clima da região sul favorece a produção de soja, a Zona da Mata, na região nordeste, se destaca pela produção de hortifruti, especialmente frutas como melão, abacaxi e manga. 

 

A diversidade agronômica é um dos fatores que determinam a necessidade da utilização de determinado produto. Se o clima é frio demais e evita naturalmente algumas pragas e doenças, não faz sentido a utilização de pesticidas para uma finalidade que a própria natureza se encarrega de combater. 

 

Quando falamos em defensivos autorizados no Brasil, mas não no exterior, devemos considerar também a necessidade de utilização destes produtos no agronegócio internacional.

 

Vamos usar um exemplo prático: não há necessidade de se registrar um defensivo agrícola específico para café onde não se cultiva, como na Europa. 

 

E da mesma forma que existem países onde o clima frio age de forma natural contra os agentes causadores de doenças nas plantações, existem países, como o nosso, que possuem clima mais quente e úmido, e que é propício para o desenvolvimento de insetos, fungos e demais pragas que colocam em risco a saúde do alimento produzido. 

 

Desta forma, faz sentido determinados defensivos serem autorizados para uso no Brasil, mas não no exterior. Isso não significa necessariamente que estes produtos tiveram o seu uso proibido, tudo depende da diversidade e da necessidade agronômica de cada lugar, e também das legislações que regem o agronegócio do país. 

 

E como funciona a liberação de defensivos no país? Você confere a seguir. 

 

Salve nosso post sobre defensivos agrícolas naturais para ler mais tarde.

 

Regulamentação de defensivos agrícolas para o Brasil

Em nosso post sobre defensivos agrícolas ilegais, mostramos que antes de terem o seu uso autorizado no país, os pesticidas passam por três importantes e rigorosas avaliações: 

 

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) verifica se o produto oferece riscos ao meio-ambiente;

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avalia se o pesticida oferece riscos à saúde humana;

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) avalia se o produto possui a eficácia agronômica desejada. 

 

O processo de regulamentação de defensivos no Brasil é um dos mais rigorosos. São realizadas inúmeras pesquisas, além de testes e estudos variados para atestar a eficácia dos produtos, antes que a sua aplicação seja autorizada. 

 

Por se tratar de um produto delicado, o processo de pesquisa, testes e avaliações pode levar mais de dez anos. Tudo isso para que se tenha total certeza da qualidade do produto e para garantir que ele não ofereça riscos à população e ao meio-ambiente. 

 

Importante: havendo evidências de riscos oriundos dos defensivos agrícolas, os órgãos citados acima podem solicitar que seja feita nova avaliação dos produtos.

 

Também é válido lembrar que apesar do constante crescimento no número de defensivos registrados no país, isso não significa que o produtor rural irá utilizar mais de um tipo de pesticida na produção dos alimentos, até porque financeiramente falando, não é uma prática útil.

 

Este crescimento dá ao agricultor mais opções para testes ou para o caso de um produto ter seu uso interrompido. Com uma gama considerável de opções, o produtor rural pode escolher a que melhor atende ao seu propósito, e a que é mais viável financeiramente. 

 

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Conclusão

O uso de defensivos agrícolas deve ser sempre acompanhado das Boas Práticas Agrícolas, e das Boas Práticas de Fabricação, mantendo-se sempre a atenção quanto aos Limites Máximos de Resíduos permitidos, de acordo com a Anvisa.

 

Também deve-se evitar a mistura de produtos químicos para aplicação nas lavouras, pois isso pode comprometer a saúde do alimento, do meio-ambiente e dos envolvidos na produção. 

 

O produtor rural deve sempre se apoiar nos órgãos responsáveis para produzir com o máximo de qualidade e responsabilidade possíveis, para que seja oferecido ao consumidor um alimento seguro. 

 

Quer saber mais sobre a Indústria de alimentos, seu crescimento e quais as principais tendências? Separei este blogpost da nossa parceira PariPassu para você: 

Indústria de alimentos: crescimento e tendências

 

Até a próxima! 

Glauco Damasceno
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