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Cianobactérias nada mais são que microrganismos fotossintetizantes, ou seja, realizam fotossíntese assim como as plantas e estão presentes naturalmente no meio terrestre e, principalmente, no meio aquático como rios, lagos e nascentes.

 

Uma vez que utilizamos fontes de água para fins industriais, consumo humano, irrigação ou descarte de efluentes, é preciso atentar-se imediatamente a esses microrganismos, pois sua proliferação em excesso está diretamente ligada às atividades humanas.

 

A poluição do ambiente aquático em decorrência da atividade humana proporciona o aumento de matéria orgânica na água, que por sua vez é utilizada como fonte de nutrientes por muitos microrganismos, em especial, pelas cianobactérias, que se utilizam dessa matéria orgânica para aumentar expressivamente sua população.

 

Quando em níveis elevados, as cianobactérias ocasionam vários problemas ambientais, e dentre eles destaca-se a eutrofização, fenômeno em que algumas cianobactérias que possuem estruturas internas acumuladoras de gases, se acumulam na superfície da água.

 

Assim, formando uma camada de coloração esverdeada que dificulta a passagem da luz para as camadas mais profundas, e consequentemente impedindo algas e outros organismos de realizarem a fotossíntese.

 

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Além disso, quando em maior quantidade as cianobactérias também podem ocasionar a diminuição significativa das concentrações do oxigênio dissolvido na água, o que resulta na morte de diversos organismos aquáticos como peixes, moluscos e anfíbios.

 

Sendo assim, em certos níveis, a presença desses microrganismos pode ser interpretada como um indicador de desequilíbrio do ecossistema local e, portanto, de atividades humanas prejudiciais ao meio ambiente, como o descarte incorreto de efluentes.

 

Contudo, o maior problema em relação a presença dominante desses microrganismos é, com certeza, o aumento de seus resíduos metabólicos no ambiente, substâncias resultantes dos processos de metabolismo das cianobactérias, que não podem mais ser utilizadas e por esse motivo são descartadas pelo microrganismo.

 

Separei dois textos pra você ler mais tarde:

Diretrizes das BPFs

O que é Qualidade?

 

Um exemplo é uma substância comum produzida pelas cianobactérias: a geosmina. Ela é conhecida, principalmente por propiciar odores característicos que nós relacionamos a “cheiro de chuva” ou de terra molhada. É a geosmina a substância responsável também, pelo sabor desagradável em peixes provenientes de rios e lagos, que algumas pessoas costumam associar ao “gosto de barro”.

 

Devido a um fenômeno chamado bioacumulação, diversos animais como peixes e moluscos bivalves filtradores, acumulam essas substâncias em seu organismo durante o processo de respiração. 

 

No caso da geosmina, o maior problema é a aceitabilidade comercial, uma vez que ela causa apenas o gosto desagradável ao peixe. Entretanto, no caso de outras substâncias, como as cianotoxinas, tem-se um grande problema que pode comprometer não somente o equilíbrio de todo o ecossistema local, como a vida humana também, como você confere a seguir. 

 

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O perigo das cianotoxinas 

As cianotoxinas são substâncias provenientes dos processos metabólicos das cianobactérias, e são tóxicas aos mamíferos. Resumidamente, existem dois grupos principais de cianotoxinas conhecidas pela sua letalidade ao ser humano, são eles:

 

Grupo das neurotoxinas

Este grupo atua paralisando os músculos. Dentre elas, destacam-se as saxitoxinas, que, se ingeridas, causam parada respiratória em detrimento da sua eficácia frente a paralisação muscular.

 

Grupo das hepatotoxinas

Já este grupo atinge diretamente o fígado, comprometendo seu funcionamento e, mesmo sendo de ação mais lenta, são igualmente letais aos seres humanos. As mais conhecidas hepatotoxinas são as cilindrospermopsinas e as microcistinas.

 

O produtor rural e a indústria de alimentos devem contar com a legislação vigente referente à potabilidade da água, tanto para consumo humano quanto para a produção de alimentos. Você sabe qual é a legislação e o que ela diz?

 

O que a legislação diz sobre potabilidade da água e cianobactérias

Em se tratando da potabilidade da água para o consumo humano, bem como a qualidade da água para o uso da indústria de alimentos, a legislação vigente que dispõe sobre a presença de cianobactérias, é a PORTARIA GM/MS Nº 888, de 4 de maio de 2021.

 

Segundo a portaria, o monitoramento de cianobactérias deve ser feito trimestralmente, quando a contagem é igual ou inferior a 10.000 células por mililitro de água. No caso da contagem exceder esse valor, o monitoramento deve ser feito semanalmente.

 

Já no caso da contagem apresentar valor igual ou superior a 20.000 células/ml, se fazem necessárias análises semanais das seguintes cianotoxinas: 

 

Microcistinas;

Saxitoxinas;

Cilindrospermopsinas.

 

Enquanto a contagem de células permanecer igual ou superior a 20.000 células/ml as cianotoxinas também devem continuar sendo monitoradas.

 

Vale lembrar que a água para consumo humano não deve conter quantidades de cilindrospermopsinas, microcistinas e saxitoxinas e que excedam os valores permitidos por lei, no caso:

 

Valor Máximo Permitido para Cilindrospermopsinas: 1,0  μg/L

Valor Máximo Permitido para Microcistinas: 1,0  μg/L

Valor Máximo Permitido para Saxitoxinas: 3,0  μg/L 

 

Para maiores informações quanto aos padrões de cianotoxinas, fale com nossa equipe de especialistas!

 

Até a próxima! 

Ernesto Vaughn
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