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As micotoxinas podem causar enorme prejuízo na cultura do milho, visto que os fungos que se reproduzem em colônias se apresentam de forma heterogênea, principalmente nos locais de armazenamento e transporte, e torna mais difícil a detecção de sua presença, e quando detectada, pode apresentar resultados em altas concentrações.

 

Desta forma, é extremamente necessária a realização de um rigoroso monitoramento das aflatoxinas em todas as etapas de sua produção e armazenamento após sua colheita. O monitoramento deverá ter início na amostragem, de forma que represente todo um lote. Após a realização da amostragem representativa, devem seguir para as análises, que podem ser diretamente no campo, através de "kits" para determinações rápidas ou para o laboratório através de técnicas mais precisas.

 

Leia mais sobre amostragem:

• Como deve ser realizada a amostragem para análises de aflatoxinas em grãos de milho?

 

Atualmente, existem diversos “"kits” para análises rápidas no “campo”. Por serem pequenos e fáceis de transportar, podem ser levados para qualquer lugar. Estes "kits" utilizam uma técnica chamada imunoensaio, ou imunoenzimático ELISA, que detecta a presença ou não das aflatoxinas. Este tipo de análise pode ser realizado em diversas amostras, aumentando o número de pontos amostrais, e auxiliando na formação da amostra representativa, pois é de baixo custo, fácil de utilizar, pode ser utilizado em campo com poucos materiais, e de resultado rápido. 

 

No entanto, apesar de existirem "kits" que definem uma faixa/valor de referência para a determinação de resultados quantitativos, eles não possuem precisão analítica, e dependem da qualidade da amostra que é utilizada para análise. Por esta razão, podem apresentar resultados falso-positivo ou falso-negativo, e não devem ser utilizados em análises de vigilância sanitária.

 

Kit de análise rápida e resultado através de aplicativo 

Para realizar a análise utilizando o "kit", é preciso que a amostra representativa de grãos de milho seja processada e moída. Então, seguem-se os seguintes passos:

 

• Adiciona-se um solvente, cujo tipo poderá variar dependendo do fabricante do "kit";

 

• Agita-se manualmente ou mecanicamente; 

 

• Retira-se uma alíquota e adiciona-se a um tubo de reação que, após alguns minutos, estará pronto para se observar a reação que mostrará o resultado.

 

O GenesisGroup, em parceria com a R-Biopharm, lançou recentemente um "kit" para análises de aflatoxinas, cujo diferencial é que os resultados são obtidos através de um aplicativo para smartphones, permitindo a rastreabilidade das análises, otimizando a tomada de decisão.

 

Métodos laboratoriais e a confiabilidade dos resultados

Para análises mais precisas, devemos utilizar métodos em laboratório que, além da maior precisão nos resultados, dão maior confiabilidade. Os métodos de análises em laboratório utilizam a técnica de cromatografia líquida de alta pressão, ou High Performance Liquid Chromatography (HPLC), que podem ser acoplados a detectores específicos, como o de fluorescência (HPLC-FL), detectores de massas (LC-MS ou LC-MS/MS), ou em laboratórios de excelência utilizando espectrômetros de massas de alta resolução (HR LC-MS/MS).

 

Método 968.22 e os dias atuais

O método de número 968.22 (1990) da Associação de Químicos Analíticos Oficiais, ou Association of Official Analytical Chemists (AOAC), uma associação dos EUA sem fins lucrativos, apesar de bastante conhecido e utilizado como método oficial de análise por muitos países, foi desenvolvido há mais de 30 anos utilizando HPLC-FL, que para a época, era o que havia de mais moderno. Ele permite a separação e quantificação dos vários tipos de aflatoxinas (B1, B2, G1 e G2), e um sistema de reação pós coluna, com um dispositivo permitindo alta sensibilidade de cada uma delas. 

 

No entanto, técnicas mais sofisticadas e atuais permitem analisar cada uma das aflatoxinas (B1, B2, G1 e G2) com ainda maior precisão e sensibilidade, como são os casos das técnicas de LC-MS/MS ou HRLC-MS/MS, consideradas como técnicas confirmatórias, que minimizam ainda mais a possibilidade de resultados “falso-positivo” ou “falso-negativo”, e que não dependam da procedência ou qualidade das amostras, sendo o único limitante o alto custo do investimento.

 

Podemos concluir que ambos os métodos utilizados em campo e os de laboratório se complementam e devem fazer parte de um programa de monitoramento, estabelecendo assim a melhor forma de se produzir um alimento seguro.

 

Leia mais sobre aflatoxinas:

O que são aflatoxinas?

Por que analisar resíduos de aflatoxinas em grãos de milho?

 

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Lorena Caroline
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