Já falamos sobre a Certificação GLOBALG.A.P. anteriormente, explicamos o que é e um pouco do processo para obtê-la. E hoje trazemos algumas dúvidas relacionadas à água, tanto no processo produtivo, quanto no processo da certificação e as respostas para algumas questões bastante comuns entre produtores e demais profissionais da indústria de alimentos. 

Sendo assim, vamos começar com a primeira pergunta: 

Qual a importância de se analisar a água?

Quando falamos em análise de água, podemos elencar três pontos importantes:

Atendimento às legislações

Neste primeiro ponto é importante reforçar a importância de conhecer as fontes de captação de água. Existem fontes distintas, como a rede pública, subterrânea, rios, etc, e conhecer a origem da água que será utilizada em sua operação é essencial para o sucesso do processo produtivo.  

E para cada fonte de captação de água existe uma legislação específica. Saiba mais sobre a legislação de água subterrânea neste link.

Segurança do alimento

A segurança do alimento é um conjunto de práticas de manipulação para garantir a qualidade do alimento. Ou seja, um alimento saudável e livre de contaminantes, como:

• Contaminantes químicos: resíduos de defensivos e metais pesados

• Contaminantes biológicos: microrganismos; 

• Contaminantes físicos: insetos e materiais como pedra, plástico e afins.

Salve para ler mais tarde: 

• Contaminação de alimentos: o perigo invisível

• Boas Práticas de Fabricação: combate ao inimigo invisível

Certificação GLOBALG.A.P.

Como terceiro ponto citamos avaliação de risco orientada pelo GLOBALG.A.P. para a utilização da água na agricultura. 

Ou seja, o produtor precisa considerar a qualidade da água quando está olhando para sua produção, para a segurança do alimento que está produzindo e também das pessoas que estão bebendo essa mesma água no campo. 

Leia também:

• O que você precisa saber sobre ESG

• O que é Qualidade 4.0?

O GLOBALG.A.P. olha três pontos principais em relação à água. São eles: 

• As fontes 

O produtor precisa conhecer as suas fontes de água e estar autorizado a captar água delas.

• Sustentabilidade 

A água deve ser utilizada de forma sustentável, sem desperdícios e de forma coerente.

• Qualidade

A água não pode ser um contaminante no processo e nem colocar em risco a segurança das pessoas. 

Como dissemos mais acima no texto, garantir a qualidade do alimento é ter a certeza de que ele está livre de contaminantes. Porém, existem aqueles que o produtor deve dar mais prioridade. 

Quais são os tipos de contaminantes na água que o produtor deve ter atenção? 

Existem vários tipos de contaminantes que podem estar presentes na água, e dentre eles, vamos destacar os grupos que mais são exigidos pelas legislações vigentes. 

Contaminantes microbiológicos

Estes contaminantes podem ser os coliformes totais (E.Coli, Enterococcus) que são de origem fecal, podendo ser de fonte humana ou de alguns animais. 

Contaminantes inorgânicos

Dentre eles estão os metais pesados, fluoreto, nitrito e nitrato. Como exemplo, vamos falar dos metais pesados. A contaminação pode acontecer de formas variadas, mas vamos citar duas: 

• Desastres ambientais

Aqui podemos citar o caso de Brumadinho/MG. Desastres como o ocorrido em 2019 acabam disseminando vários contaminantes no meio-ambiente. 

• Descarte indevido de produtos industrializados, como pilhas, bateria, lâmpada e lixo doméstico. 

Uma observação referente ao nitrato: essa contaminação pode acontecer pelo uso intenso de fertilizantes ou até mesmo dejetos animais ou humanos, bem como confinamento de animais, o que acaba gerando uma grande quantidade de nitrogênio orgânico.

A degradação do nitrogênio orgânico gera subprodutos, como a amônia, o nitrito e o nitrato, estes são parâmetros que são monitorados nas legislações. 

Contaminantes orgânicos

Estes podem ser oriundos de solventes, pesticidas e os subprodutos da própria desinfecção, que é o tratamento da água. Ao se adicionar um produto para tratamento, ele pode reagir com outros produtos presentes na água e formar esses subprodutos, que podem ser prejudiciais à saúde. 

Outro fato importante é que esse tipo de contaminante pode ser tanto de ação natural, da geologia da região, quanto da ação do homem e esses contaminantes podem causar danos ao sistema nervoso e até mesmo provocar câncer, pois alguns deles são cancerígenos. 

Para auxiliar nesse processo nós temos as análises físico-químicas, que são feitas e estão mais ligadas às características da água, como:

• Análise de dureza;

• Turbidez;

• Sólidos e solvidos;

• Cor;

• pH. 

Essas características devem estar dentro dos Valores Máximos Permitidos (VMP) pelas legislações. É através das análises físico-químicas que o produtor vai saber se a água é adequada e para qual tipo de uso. 

Saiba mais sobre:

• Diretrizes das BPFs

• PNCRC - A evolução do programa e do mercado

Existe um dado importante sobre um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2020, que fala que 1 em cada 10 pessoas no mundo adoece por ingerir alimentos contaminados.

Ou seja, da nossa população mundial que tem aproximadamente 7,8 milhões de pessoas, estamos falando de 780 milhões de pessoas por ano que se contaminam, e dessas 780 milhões, 420 milhões perdem a vida.

Por esse motivo é muito importante garantir a segurança do alimento, começando pelo monitoramento e qualidade da água. 

A água é um dos pontos de contaminação do alimento, porém, sabemos também que existe a questão de que o próprio local escolhido para a lavoura já tenha contaminantes antes do produtor chegar lá e começar sua operação. 

Outra possibilidade é a da produção do produtor ter estes contaminantes e acabar, por falta de conhecimento, incluindo aquilo no lençol freático ou fonte de captação. 

O próprio GLOBALG.A.P. traz uma exigência de avaliação de risco do local, e isso inclui a questão da possibilidade de contaminação da água e disponibilidade de água para utilização, bem como uma avaliação de risco da operação. 

Mas o produtor às vezes pensa: “Mas eu preciso pensar nisso?”

Impacto da avaliação de risco

A resposta é: sim, precisa. Essa avaliação vai impactar, de uma forma ou de outra, no produto final e na segurança das pessoas. E aqui vamos reforçar três pilares que o GLOBALG.A.P. sempre olha:

• Segurança do meio-ambiente;

• Segurança das pessoas;

• Segurança do alimento;

Tudo que está relacionado a esses três pilares será verificado pelo auditor no processo de certificação. Então não adianta analisar a água e não olhar os resultados e interpretar, para tomar ações corretivas e ter uma água apta para ser utilizada na operação. 

Continue a leitura para saber mais sobre os cuidados com a amostra de água! 

Amostra do campo ao laboratório

Quando falamos de coleta e análise de água, existem cuidados e protocolos que precisam ser seguidos, desde a coleta à preservação, acondicionamento, até a chegada da amostra do laboratório e, de fato, a análise. 

Para a coleta de amostra no campo, existem parâmetros que são monitorados no local. Como, por exemplo, quando falamos de água, a amostra precisa ser refrigerada desde a coleta até a chegada no laboratório, em uma temperatura de zero a seis graus celsius.

Existem preservantes que são adicionados aos frascos para que seja possível garantir a validade da amostra, e também para garantir que a amostra chegue dentro do prazo para início das análises. 

Sobre análises microbiológicas, temos um holding timing, que é o prazo para início das análises, de 24 horas, e existem alguns ensaios físico-químicos com prazo de 48 horas. 

Existem várias questões ligadas ao controle e cuidado com a amostra, é importante ter o apoio de um laboratório acreditado ISO 17025, para garantia da qualidade do serviço prestado. 

Mas o que significa essa acreditação para o produtor? Confira a seguir!

Leia mais tarde 

• Indústria de alimentos: crescimento e tendências

• Regulamentações vigentes para análise de resíduos em alimentos 

O que significa a acreditação ISO 17025 e quais os impactos na operação?

No protocolo do GLOBALG.A.P. existe uma exigência específica de que o laboratório seja acreditado na ISO 17025. Esta acreditação se refere à competência que o laboratório tem para realizar a análise. É sobre a garantia da prestação de um serviço com sistema de gestão da qualidade e a certeza de que esse resultado é confiável, tanto que está nos padrões internacionais de exigências dos protocolos, de forma bem explícita. 

É bom saber que o laboratório tem seus processos e os cumpre, garantindo as informações que estão chegando no produtor. E dentro deste aspecto, é preciso homologar o prestador de serviço.

Então, é importante que o produtor faça o check-list dos documentos que o laboratório precisa apresentar, pra realmente estar dentro das exigências, senão, o laudo aparece e o auditor, ao ver que o laboratório não tem ISO 17025, classifica o processo como não-conformidade, mesmo que esteja tudo bem com a análise. 

Mas como o produtor sabe se o laboratório é acreditado? A melhor forma para saber se o laboratório tem a acreditação ISO 17025 é solicitar o certificado de acreditação do laboratório que irá realizar a prestação de serviço. 

E dentro deste contexto, a Agrosafety, que também é acreditada na ISO 17025, vem auxiliando o produtor a se adequar às legislações, e na produção de um alimento seguro. Saiba como a seguir!

Fale com nossa equipe de especialistas sobre análise de água para a sua produção.

Como a Agrosafety tem apoiado o produtor no atendimento das legislações?

Nós sabemos que o produtor tem muitas coisas pra pensar no dia a dia, e que tem uma rotina bem cheia na lavoura. Sendo assim, nós temos uma equipe ampla com muito conhecimento sobre as legislações em vigor, e atuamos sempre de forma consultiva junto ao produtor rural, o agricultor, e da indústria de alimentos, sanando dúvidas que surgem, avaliando qual sua real necessidade e qual a ação necessária para aquele caso específico. 

Muitas vezes existem situações onde o agricultor vai precisar usar mais de uma fonte de captação, como, por exemplo, para irrigação e potabilidade de água para consumo humano. Nesses casos surgem dúvidas, como: Qual legislação aplicar? Quais os pontos de coleta? Neste sentido, nossa equipe está preparada para atender. 

Uma vez que é feito o trabalho de orientação, vamos para a realização das análises, que começa logo na amostragem, e segue até o relatório final, onde todo o nosso processo é acreditado.

Depois do resultado, o solicitante da análise recebe um relatório, e sabemos também que muitas vezes surgem dúvidas relacionadas à interpretação do relatório, como o que é e o que não é conformidade, qual a relevância da não-conformidade, e quais as ações necessárias.

Pode ser que um simples tratamento, como adição de cloro, por exemplo, resolva o problema dele, ou muitas vezes não. Sendo assim, nós estamos junto do produtor rural do começo ao fim, e oferecemos o mesmo atendimento para a indústria, pois faz a diferença ter a orientação de quem realizou a análise. 

A Agrosafety é um laboratório especializado em resíduos de contaminantes, em especial pesticidas, que atua há quinze anos ao lado do produtor para a produção de alimentos seguros e de qualidade. 

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