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Existe um fator importante quando o assunto é saúde alimentar, metais pesados ou demais componentes químicos prejudiciais à saúde humana: a segurança dos alimentos. Promover qualidade e segurança para o consumidor precisa estar nos primeiros lugares da lista de prioridades do produtor. 

 

Sustentabilidade, qualidade, e a constante busca por alimentos seguros são temas discutidos há anos, e que diariamente, ganham força entre os consumidores, que, cada vez mais, priorizam alimentos saudáveis produzidos por empresas atentas aos pilares ambientais, sociais e de governança

 

E para produzir de forma sustentável e segura, é preciso se atentar aos tratamentos aplicados nos criadouros de animais. Medicamentos terapêuticos e profiláticos são comumente prescritos para animais, mantendo assim a produtividade e competitividade do setor agropecuário. E boa parte destes medicamentos são antibióticos. 

 

Os tratamentos com antibióticos em animais podem afetar não apenas a carne, o leite ou o ovo, mas também o solo e a água do ambiente onde vivem estes animais, e essa dispersão oferece riscos ao meio-ambiente e também ao ser humano. Por isso os limites máximos de resíduos (LMR), combinados com os de ingestão diária aceitável (IDA), garantem o tratamento seguro para o animal, para a fauna e flora local, e para o ser humano. 

 

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Resíduos de antibióticos no meio-ambiente

Existem muitos antibióticos que não são metabolizados no organismo animal de forma completa, e acabam sendo eliminados no meio ambiente em sua forma natural, ou então metabolizados parcialmente.

 

A eliminação se dá pelas fezes e urina do animal, que vão diretamente para o solo. Os resíduos dos antibióticos se acumulam no solo, e acabam sendo transportados para córregos, rios, e demais corpos hídricos. Os vegetais também são afetados pelos resíduos presentes no solo, pois, através da absorção, o medicamento se acumula nos tecidos, e compromete o crescimento e a qualidade do vegetal. 

 

Outras formas de dispersão dos resíduos acontecem na adubação, que, o produtor ao utilizar esterco animal e lodo de esgoto para adubo, acaba utilizando material contaminado com antibióticos não metabolizados corretamente. Isso também acontece na aquicultura, onde os antibióticos utilizados na produção de organismos aquáticos (peixes, moluscos, crustáceos, etc.) são dispersados diretamente na água, causando o acúmulo de resíduos nos sedimentos, alterando de forma negativa o ambiente. 

 

Contudo, a forma como o composto químico vai agir no meio-ambiente em que for dispersado, vai depender de alguns fatores, como propriedades físico-químicas, tanto da molécula quanto do solo, e as condições ambientais e de manejo. 


Mas, como dissemos no começo deste texto, é preciso manter os resíduos dentro dos limites máximos permitidos para antibióticos, da mesma forma que os níveis de ingestões diárias aceitáveis para que não se comprometa a saúde humana e do meio-ambiente como um todo. E para isso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) utiliza o Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes como principal ferramenta no controle destes valores.

 

Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC/Animal)

Utilizado como ferramenta de gerenciamento de risco pelo MAPA, o PNCRC/Animal ajuda a promover a segurança química dos alimentos de origem animal que são produzidos no Brasil.  

 

Em conjunto com órgãos como: Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA/MAPA), Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários (DFIP), Coordenação Geral de Apoio Laboratorial (CGAL) e a Coordenação de Geral de Inteligência e Estratégia (CGIE), o PNCRC/Animal elabora, anualmente, planos de amostragem de ovos, leite e mel, que são encaminhadas para testes e processamento, e animais, que são levados para o abate. 

 

As amostras coletadas de animais e produtos são de uma única origem, pois desta forma, é possível realizar a rastreabilidade da propriedade rural de origem dos animais/vegetais, e quem realiza a coleta é o Serviço de Inspeção Federal de lotes. 

 

Os testes avaliam drogas veterinárias de uso autorizado, e também as de uso proibido, como hormônio, defensivos químicos, contaminantes inorgânicos, micotoxinas e dioxinas. Também é verificado o atendimento dos limites máximos de resíduos químicos permitidos em produtos animais, estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

Estes testes ajudam produtores e agricultores a manterem suas produções sempre dentro dos padrões estabelecidos pelos órgãos reguladores, garantindo a qualidade e saúde do alimento para a mesa do consumidor.

 

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 Até a próxima semana!

Glauco Damasceno
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