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O início do conflito entre Rússia e Ucrânia deixou o agronegócio brasileiro em alerta, por termos a Rússia como maior fornecedora dos insumos que são utilizados para a produção de fertilizantes no Brasil, principalmente no Paraná/PR.
Com isso, o agro se preparou para um aumento nos valores dos insumos e nos impactos causados no produto final, na questão de valores dos produtos à reação do consumidor a esse aumento.
Porém, um fator ainda mais problemático que o aumento no valor dos insumos surgiu. De acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) na quinta-feira, 3 de março de 2022, o Brasil tem estoque de fertilizantes apenas para os próximos três meses.
Ou seja, o país possui estoque até junho deste ano.
Décio Luiz Gomes, gerente executivo do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Paraná (Sindiadubos) ressalta que: “Apesar de o palco da guerra estar a milhares de quilômetros de distância, não há como escapar dos efeitos econômicos produzidos pelo conflito.”
Continue a leitura para entender mais sobre os impactos econômicos que o conflito na Europa causa no agronegócio do Brasil.
Neste texto você vai ler sobre:
• Brasil e a importação de fertilizantes
• Impacto causado no processo produtivo e no produto final
• Conflito, defensivos ilegais e ESG
Salve para ler mais tarde:
• Indústria 4.0 e o impacto tecnológico na produção de alimentos
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O Brasil é líder mundial no setor do agronegócio e para se manter na liderança, sua dependência de defensivos agrícolas aumenta constantemente. O país importa cerca de 80% dos fertilizantes que são utilizados nas lavouras, tendo como uma das maiores dependências o cloreto de potássio, que é utilizado na fabricação de adubos.
A dependência do cloreto de potássio pode ser explicada pelo fato de, no Brasil, existir apenas uma mina em Sergipe, que atende 5% da necessidade do país.
Como citado no início do texto, a Rússia é a principal exportadora de insumos para o Brasil e o conflito atual compromete as negociações em vários pontos, como por exemplo:
• Pagamentos: a Rússia está sob restrições financeiras, o que compromete negociações externas;
• Transporte: o tráfego marítimo não está operando dentro da normalidade, o que compromete prazos e saídas de produtos.
Além da Rússia, os maiores produtores e exportadores destes insumos são Canadá e Belarus. Porém, não é possível depender somente dos dois, tendo em vista que Belarus, antes do conflito, já enfrentava problemas para exportar insumos e a produção do Canadá, mesmo sendo grande, não atende sozinha a necessidade do agro brasileiro.
Saiba mais sobre:
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A escassez de insumos e fertilizantes causa impactos diretos no produtor rural. Um produto difícil de ser encontrado tem valor diferenciado e nem todo produtor quer investir valores acima do planejado. Essa escassez gera a necessidade de se buscar métodos alternativos para produzir, o que pode gerar gastos maiores para suprir as necessidades do mercado.
E consequentemente, esses gastos refletem no valor agregado do produto, colidindo com o poder de compra do consumidor, que muitas vezes não tem condições de adquirir determinado produto por um valor mais alto.
O “efeito cascata”, que acontece com a escassez de adubo, por exemplo, é inevitável. O aumento na procura por insumos e nos preços exige do produtor maior capacidade de ofertar os seus produtos com a mesma qualidade, manter os preços e se manter no mercado.
Apesar do cenário preocupante, é preciso que o produtor se mantenha firme no propósito de seu negócio, sem pegar atalhos ou opções mais fáceis.
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Neste cenário, deve-se ter atenção aos parâmetros de ESG (Environmental, Social and Governance), para manter o compromisso de entregar produtos de qualidade, sem colocar em risco o meio-ambiente, o consumidor e os colaboradores.
Em momentos como esse, o mercado e o consumidor estão com os olhos voltados para as ações das empresas e se elas estão, ou não, mantendo a palavra proposta.
Também é importante ressaltar que a escassez de insumos de fertilizantes não deve ser uma brecha para a utilização de defensivos agrícolas ilegais, como forma de manter a produção em movimento.
Utilizar produtos adulterados, que não foram devidamente testados, além de ser crime, coloca em risco a qualidade do produto e o bem-estar das pessoas envolvidas no processo produtivo, e também na saúde do consumidor.
Até a próxima!
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